Um RADAR para combater a solidão
A Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML), em colaboração com a Câmara Municipal de Lisboa (CML), apresentou o “RADAR”, um projeto pioneiro em Lisboa que tem como objetivo sinalizar a população com mais de 65 anos, em situação de isolamento, na cidade.
O projeto Radar pretende sinalizar a população com mais de 65 anos e construir sistemas de base comunitária de integração social. O protocolo junta a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, a Câmara Municipal de Lisboa, a Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo, a Polícia de Segurança Pública, as Comissões Sociais de Freguesias e as Juntas de Freguesia e está incluído no programa “Lisboa, cidade de todas as idades”.
“Esta iniciativa representa um novo paradigma para a cidade. Passámos de um modelo em que eram as pessoas que vinham às instituições, para um novo modelo mais integrador em que as instituições assumem a iniciativa na identificação, sinalização e intervenção do público mais vulnerável”, afirma Edmundo Martinho, provedor da Misericórdia de Lisboa.
Para que isto seja uma realidade “a proximidade entre os vários agentes sociais, como vizinhos, responsáveis pelo comércio local, voluntários e entidades de cariz social é fundamental”, defende Edmundo Martinho, concluindo que “o projeto irá estruturar-se em três aspetos fundamentais: falar, escutar e cuidar”.
Numa sociedade cada vez mais individualista e cosmopolita, como é Lisboa, o vereador da Educação e dos Direitos Sociais da câmara Municipal de Lisboa, Manuel Grilo esclareceu que “este é um projeto que se quer comunitário e que será desenvolvido com e para a comunidade agregando todos os parceiros envolvidos para um bem comum de combater o isolamento”.
Numa primeira fase o RADAR arranca em três freguesias: Ajuda, Areeiro e Olivais. O projeto espera sinalizar mais de 30 mil pessoas isoladas na cidade de Lisboa, ate à sua conclusão.
O RADAR vem formalizar e fortalecer o trabalho desenvolvido com a população mais velha, através da criação de uma plataforma de apoio digital, designada por “Paltaforma Digital Projeto RADAR” que deverá ser capaz de assumir a sinalização, a avaliação e encaminhamento, o acompanhamento e a monitorização.
Sinalização: Efetuada pelas equipas de rua, como por um conjunto de voluntários, devidamente formados pelo Serviço de Voluntariado da SCML e da CML.
Avaliação e Ecaminhamento: Após a identificação pelas equipas e inserção dos dados na “Paltaforma Digital Projeto RADAR” é feito o encaminhamento para avaliação. Posteriormente é realizado uma visita ao domícilio do participante, no sentido de avaliar o enventual encaminhamento para os parceiros do RADAR.
Acompanhamento: É feito pelas Equipas de Apoio a Idosos (EAI’s), das Unidades de Desenvolvimento e Intervenção de Proximidade (UDIP’s) e de outras entidades parceiras do RADAR.
Monitorização: O processo de sinalização e de acompanhamento será da responsabilidade da Unidade de Missão da Santa Casa, que assumirá o acompanhamento das EAI’s, das UDIP’s e dos parceiros.