“Antes do RADAR não tínhamos capacidade de reencaminhamento”
Farmácia Quinta da Luz, em Carnide, aderiu ao projeto logo no seu início e passou a funcionar como radar comunitário no bairro.
Joana Florindo, diretora técnica e proprietária da Farmácia Quinta da Luz, não tem qualquer dúvida: a adesão da sua farmácia à rede de radares comunitários do Projeto RADAR fez – e faz – todo o sentido. Afinal, essa também é uma missão de quem já ajuda a população diariamente.
“É importantíssimo, porque recebemos muitos clientes durante o dia, vamos conhecendo e apercebendo-nos de situações que não estão bem, de pessoas que vivem sozinhas, que não tomam a medicação como deve ser, que se baralham… E não temos ninguém a quem recorrer. Às vezes tentamos falar com a família primeiro e, depois, se percebermos que a família já tenta, mas não consegue, ou mesmo não existe, contactamos o Projeto RADAR”, refere.
É assim desde o arranque do Projeto RADAR, quando a Farmácia Quinta da Luz se tornou imediatamente um radar comunitário. O bairro onde está situada pode não apresentar carências a nível económico, mas nem por isso deixam de existir situações a sinalizar. E antes de existir este projeto, a margem de manobra de quem estava mais atento era muito curta.
“Há muitas pessoas a viver sozinhas idosas. Não são pessoas com dificuldades económicas e conseguem gerir isso de outra forma, mas o Projeto RADAR é essencial na mesma nessas situações, pelo menos numa primeira abordagem, para os fazer perceber que precisam de alguma coisa. Nós fazíamos sempre este trabalho, não tínhamos era a quem sinalizar depois. Se a família não respondia, ficávamos sem capacidade de reencaminhamento, mas agora o Projeto RADAR dá-nos algum conforto e temos tido alguns casos de sucesso”, frisa Joana Florindo.
Esta visão é partilhada, de resto, por Catarina Mendes, mediadora de proximidade da plataforma RADAR, que acompanha este radar comunitário.
“A farmácia é um local onde as pessoas têm facilidade em partilhar a sua vida, não só sobre a questão de saúde, mas sobre tudo à volta da sua vida. Sentem-se seguros a partilhar e acabam por criar uma relação de confiança ao longo do tempo”, conclui a mediadora.