Da Av. D. Carlos I à Calçada da Pampulha. Em julho, o RADAR marcou presença na Estrela

No dia 20 de julho, o RADAR promoveu, em parceria com a Polícia de Segurança Pública, uma ação de rua que percorreu a freguesia da Estrela. A Calçada da Pampulha foi alvo de visitas a sete pessoas já integradas na plataforma e ativar respostas às necessidades identificadas, sendo a situação da maioria das pessoas visitadas do conhecimento dos serviços da comunidade. Houve ainda lugar para uma nova integração na plataforma RADAR.

A equipa percorreu a Av. D. Carlos I até à calçada da Pampulha, onde foi possível visitar 22 radares comunitários (cafés e pastelarias, mercearia, cabeleireiro, farmácias, lojas de roupa, papelaria, agência de viagens e um sapateiro), que referiram a mudança sentida no que toca à constituição da população residente nesta área da cidade. “Hoje em dia vemos muitos turistas, pessoas que estão cá só de passagem… esta zona da cidade já não é como era antigamente” refere o sr. Carlos, sapateiro do bairro.

Na Calçada da Pampulha, a equipa teve a oportunidade de voltar a visitar um casal muito especial, em que o senhor já integra a Plataforma RADAR desde 2019 e é acompanhado pela SCML, nomeadamente pelo SAD Descobertas com apoio na higiene pessoal para a senhora acamada e alimentação para ambos. O senhor sublinhou que o cuidado do SAD Descobertas tem sido essencial para a sua organização familiar, uma vez que enquanto principal cuidador tem o apoio formal de uma instituição que proporciona à esposa todos os cuidados que ela necessita, o que lhe permite ter mais tempo para se dedicar à sua própria dinâmica.

O fato de proporcionar à esposa o contato diário com outras pessoas, contribuiu também para um menor isolamento da mesma e apoio socioemocional. O casal gostou bastante de falar com os mediadores de proximidade, referindo que se lembravam do Projeto e dos muitos contatos feitos na altura da pandemia.

A equipa do Radar teve ainda a oportunidade de angariar dois novos radares comunitários, o Esperança Atlético Clube e a Farmácia Conde Barão. Ambos partilham da opinião que esta é uma boa iniciativa para a cidade e que o RADAR desempenha um papel fundamental junto da população 65 +, em especial a mais isolada.

Estas ações, realizadas com os parceiros do RADAR, permitem uma maior aproximação aos estabelecimentos de comércio e à comunidade em geral, através da sensibilização para o projeto e para a importância de manter um olhar atento sob a população sénior.

Desde 2019, ano em que o RADAR iniciou a intervenção na rua, que este projeto comunitário, pioneiro em Portugal, tem vindo a solidificar cada vez mais os laços não só com a população +65 anos que reside na cidade de Lisboa, mas também com as várias entidades que operam na capital, que se revelam parte fundamental desta iniciativa.

Este é um projeto que procura promover bairros residenciais mais comunicativos e atentos, com a constituição de radares de base comunitária (voluntários, vizinhos e comércio local) para detetar situações de risco e agilizar uma intervenção ajustada a cada situação, contribuindo para a prevenção do isolamento social e solidão não desejada.

As ações de rua levadas a cabo pela equipa do projeto visam sobretudo visitar as pessoas integradas na Plataforma RADAR com as quais o contacto telefónico não foi possível, garantindo a sua contínua atualização e aferição de necessidades; angariar novos beneficiários; sensibilizar os moradores e comerciantes de Lisboa para a importância de manter um olhar atento para a deteção de sinais de vulnerabilidade das pessoas que nos rodeiam; envolver e ativar os recursos locais por forma a propagar o espírito, a rede comunitária e o sentimento de pertença territorial, realçando, dessa forma, a relevância do projeto na comunidade.