“Não deixamos ninguém para trás”. Na Farmácia Prates e Mota, toda a equipa está atenta às necessidades da população
A equipa da Farmácia Prates e Mota faz-se de profissionais de saúde atentos. São o porto seguro da comunidade e um parceiro fundamental do projeto RADAR.
Quem chega à Farmácia Prates e Mota cedo percebe que este é um ponto fulcral da freguesia das Avenidas Novas. Lá dentro, quatro farmacêuticos desdobram-se entre entrega de medicamentos e explicações das receitas médicas que alguns utentes não conseguem interpretar. A troca de sorrisos e a pedagogia que pautam as conversas denunciam as relações de confiança que aqui existem.
A diretora técnica da Farmácia Prates e Mota, Vera Torégão Santos, diz que este é um dia como tantos outros. “Nós somos farmacêuticos, psicólogos e sociólogos. As pessoas procuram-nos para um pouco de tudo”, explica. Esse é o espírito que Vera tem vindo a cultivar junto da equipa que coordena. Quer que a farmácia seja um espaço aberto à comunidade, pronto para ouvir e ajudar todos os utentes. “Uma das vertentes que tenho trabalhado muito é que esta seja uma farmácia comunitária, pois acho que este espaço não serve apenas para dispensar produtos. É muito fácil chegar até nós e isso dá segurança às pessoas. Acabamos por fazer aqui uma ponte segura para muitas coisas da vida deles”, confessa a diretora técnica.
A preocupação com a comunidade é constante. O facto de saberem que existem muitas pessoas que vivem completamente isoladas, aciona uma espécie de alarme. “Não deixamos ninguém para trás. Quando deixamos de ver um utente durante algum tempo, ligamos para saber se está tudo bem. Há muita gente que vive na solidão. São estes casos que depois identificamos junto do RADAR”, explica Vera Torégão Santos.
Maria Cristina Reganha, 76 anos, só tem a agradecer à Farmácia Prates e Mota por estar sempre atenta às suas necessidades. Perdeu a conta à quantidade de anos que frequenta esta farmácia, mas sabe que sempre foi bem acolhida por todos que aqui trabalham. Recorda que na altura da pandemia de Covid-19 recebeu “uma série de mensagens” da equipa técnica a perguntar se estava tudo bem e se precisava de alguma coisa. O mesmo aconteceu com a equipa do RADAR. A iniciativa da Santa Casa não a deixou de parte. Maria é uma das mais de 32 mil e 500 pessoas inscritas na plataforma. Diz que “os meninos e meninas do RADAR” têm sido “impecáveis”, pois, “sobretudo durante a pandemia, estavam sempre preocupados”. “Eu ainda tenho os meus filhos que me apoiam, mas é sempre bom saber que posso contar com a farmácia e com o RADAR”, realça.
A ligação da Farmácia Prates e Mota ao projeto começou antes da pandemia. A adesão ao mesmo veio reforçar o olhar atento com que a equipa da farmácia já olhava para os utentes. Para Vera Torégão Santos é uma sinergia que tem funcionado em pleno, uma “cooperação feliz” entre as partes. A ideia é que a farmácia, no seu papel de radar comunitário, seja uma ponte entre o RADAR e a população.
“Esta farmácia está integrada num bairro muito envelhecido, com pessoas que vivem sozinhas. Há muita gente com mais de 70 e 80 anos nessa situação. São pessoas que não têm a quem recorrer. É tão importante que estes idosos saibam da existência do projeto RADAR, porque ficam a saber que existe um apoio ao qual podem recorrer. Sendo esta farmácia um local atento às necessidades da população, é bom para nós também saber que temos um RADAR que pode apoiar estas pessoas. Dá-nos segurança”, considera Vera Torégão Santos.
“Um bairro como o seu tem de ser cada vez mais próximo”
Uma unidade móvel para aproximar a população 65+ ao projeto Radar. Foi com esse intuito que, entre os dias 4 e 6 de outubro, o Programa “Lisboa, Cidade de Todas as Idades” realizou rastreios cardiovasculares junto ao Mercado do Bairro de Santos e da Igreja de Nossa Senhora de Fátima, nas Avenidas Novas.
A dinamização da Unidade Móvel foi levada a cabo pela Farmácia Prates e Mota, pelas técnicas da Junta de Freguesia das Avenidas Novas, pelos agentes do Policiamento de Proximidade da Esquadra da Praça de Espanha e pelos Mediadores de Proximidade do Projeto Radar.
“A primeira edição da unidade móvel correu muito bem. Foram dois dias de sucesso. Acho que este tipo de ações de promoção e educação para a saúde são fundamentais. Estes tipos de ações são importantes principalmente para a população que não tem tanta informação sobre como ter um estilo de vida saudável”, revela Vera Torégão Santos.
Sob o lema “um bairro como o seu tem de ser cada vez mais próximo”, a Unidade Móvel pretende promover uma relação de proximidade junto das pessoas 65+ nos diferentes territórios da cidade de Lisboa. Ao mesmo tempo, facilita o desenvolvimento de um trabalho integrado e em rede entre os parceiros e as comunidades locais para a construção de uma cidade mais solidária e coesa para Todas as Idades.
Em estreita articulação com as Juntas de Freguesia da cidade de Lisboa, a Polícia de Segurança Pública, a Gebalis e os Radares Comunitários, são dinamizadas ações de prevenção e promoção da saúde e de estilos de vida saudáveis.