Projeto RADAR | Primeiras Jornadas
Em quase cinco anos de existência, o RADAR já conseguiu identificar 37 000 pessoas com 65 ou mais anos, em situação de risco de isolamento e de solidão não desejada.
O projeto RADAR realizou, no passado dia 4 de dezembro, na Universidade Lusíada, as suas primeiras jornadas, dedicadas às freguesias da zona ocidental de Lisboa – Belém, Ajuda, Alcântara e Campo de Ourique.
Com “sala cheia”, representantes das várias organizações parceiras do projeto tiveram a oportunidade de partilhar ideias, perspetivar o futuro e consolidar todo o trabalho desenvolvido nos últimos cinco anos.
Numa mensagem de boas vindas, Mário Rui André, diretor da Unidade de Missão “Lisboa Cidade de Todas as Idades”, na qual está integrado o projeto RADAR, referiu que a iniciativa “nasceu enquanto instrumento para conhecer melhor a realidade das pessoas em situação de solidão e isolamento social do concelho de Lisboa”.
O trabalho desenvolvido só foi possível com o envolvimento das entidades organizacionais com responsabilidade na área da longevidade e envelhecimento na cidade – Santa Casa, Município, Administração Regional de Saúde, Instituto de Segurança Social, GEBALIS, Polícia de Segurança Pública, as 24 juntas de freguesia e a Rede Social de Lisboa –, assim como mais de 4500 Radares Comunitários.
Os Radares Comunitários integram estabelecimentos de comércio local, farmácias e entidades com entidades com responsabilidade social, que juntamente com as famílias e vizinhos das pessoas +65 identificadas, atuam de forma integrada para contribuir para o bem-estar e melhor qualidade de vida de todas as pessoas +65 que desejam continuar a viver na sua comunidade.
Para Sérgio Cintra, administrador de Ação Social da Santa Casa, o “RADAR é uma boa ideia que deu certo”, constituindo uma resposta que transmite à população uma mensagem: “para quem necessitar de apoio, a cidade de Lisboa está preparada para o providenciar”.
Durante a sua intervenção, o responsável destacou ainda que a equipa do RADAR foi fundamental no apoio à população mais idosa da cidade durante a pandemia de covid-19.
“Se não tivéssemos construído toda esta resposta associada ao RADAR, a covid-19, em março de 2020, teria sido dez vezes mais difícil de suportar e de ultrapassar. Graças à intervenção da equipa do RADAR, foi possível trabalhar numa dinâmica de pura governação colaborativa e integrada”.
Entre os oradores, esteve também Sofia Athayde, Vereadora dos Direitos Sociais da Câmara Municipal de Lisboa, Luís Fiães Fernandes do Comando Metropolitano de Lisboa da Polícia de Segurança Pública e representantes das quatro freguesias, numa conversa moderada por Luís Vilar, docente da Universidade Lusíada.
Durante os últimos cinco anos, os dados recolhidos pela equipa do projeto apontam a identificação de 37 000 pessoas, predominantemente mulheres, com idades entre os 75 e 84 anos; a realização de 11 801 chamadas telefónicas; a inserção na plataforma de 4274 novas adesões; o desenvolvimento de 983 ações de exterior, em proximidade com a população; e a constituição de 4546 radares comunitários, na sua maioria estabelecimentos de comércio local.