Refood Olivais ajuda população em dose dupla: é também um radar comunitário
Parceria renovada permite procurar possíveis casos vulneráveis entre os mais de 380 beneficiários, mas não só.
Lutar contra o desperdício alimentar para combater a fome. As linhas que guiam a Refood são simples e fazem toda a diferença na vida de milhares de pessoas, todos os dias. A juntar a esta nobre missão, a Refood Olivais também ajuda a sociedade noutra área fundamental: funciona como radar comunitário, no combate ao isolamento social da população mais idosa.
A coordenação mudou e a parceria com o Projeto RADAR renovou-se, num processo bem recente, como explica Sandra Almeida, vice-coordenadora da Refood Olivais.
“Já tinha ouvido falar do projeto, mas tivemos contacto há poucas semanas. Perguntaram-nos qual era a nossa população e temos pessoas com mais de 65 anos. Depois, entraram em contacto e aqui estamos. Talvez 40 por cento da nossa população tenha mais de 65 anos. Não são casos propriamente em risco, mas aderimos mais numa ótica de prevenção”, refere a responsável.
Ao seu lado, Ana Guarita, mediadora do Projeto RADAR, detalha os primeiros passos, que já começam, no entanto, a dar frutos: “Já era um radar comunitário há algum tempo, mas a coordenação mudou e hoje conheci a Sandra. Já me sinalizou uma pessoa e agora vamos tentar os contactos”.
O funcionamento destes e de outros estabelecimentos de bairro faz, na opinião de Sandra, “todo o sentido”.
“O Projeto RADAR faz um trabalho maravilhoso, pelo que tenho conhecimento. Sem dúvida, são olhos in loco, porque há muitas pessoas que estão ‘escondidas’ e eles vão bater-lhes à porta”, resume.
Segundo a vice-coordenadora, entre os mais de 380 beneficiários da Refood Olivais pode haver alguém a necessitar de ajuda, mas também serão sinalizados casos de pessoas não beneficiárias de que venham a ter conhecimento.

O que faz a Refood?
"Lutamos contra o desperdício alimentar e no combate à fome. Fazemos recolhas de excedentes, neste caso da RTP, de colégios, de supermercados, de padarias... Vamos buscar, embalamos e distribuímos à nossa população, às nossas famílias, algumas referenciadas pela Santa Casa. Temos, por exemplo, uma população de quase 30 pessoas em situação de sem-abrigo. Alguns nem são da nossa freguesia, mas nunca rejeitamos comida a ninguém e quase todos os dias temos novas inscrições", finaliza Sandra Almeida.